De repente tudo muda

Ouvindo a mesma melodia durante meu trajeto para minha rotina corrida, o pensamento percorre para as lembranças de um passado não muito distante que vivi. São dias de angústia, medo, desesperança mas permeado por amizades e alguns risos aqui e ali. Foram meses de dúvida, perguntando-me se tudo aquilo valia mesmo à pena. Se haveria uma compensação por todos os pequenos sacrifícios que estava fazendo. Sempre há esse questionamento, em vários momentos de nossas vidas. E sempre há o medo dessa compensação nunca vir. Por que 'merdas' acontecem, e muito frequentemente. 

Mesmo sabendo disso, vamos em frente, por que não dá pra ficar parado, em permanente estado de estática, por que nosso mundo anda numa alta velocidade, ou pelo menos é o que percebemos dele. E o que parece, nos dias em que estamos nos sacrificando e idealizando o tão desejado objetivo é que o tempo não passa, que o 'pote de ouro' está longe e que ainda irá demorar para tê-los em mãos. 

Mas agora, sentada num ônibus que me leva para o meu destino final de todo dia, o tempo parece que andou depressa, me levando pelas mãos sem ao menos avisar para que lado ele iria, sem ao menos me preparar para o que estava por vir. Apenas dando algumas paradas rápidas, me trazendo e levando pessoas que fariam ou não parte de minha vida. 

E agora? São outros sacrifícios, outras rotinas, outras pessoas ao lado das que já fazem parte da minha história; são outros momentos e outros dias, ainda com medo e algumas angústias, que todo mundo sente. Tudo num nível mais difícil, com obstáculos que nem sempre vêm com estrelinhas que te dão créditos, mas que no final te fazem mudar de fase. 

Continuo meu caminho cansativo e corrido, atenta àquilo que se tornou prioridade tentando não deixar de lado todo o resto. Por que nem tudo se resume à sacrifícios, horas de estudo e preocupações com o presente e o futuro. E pode ser que alguns pequenos prazeres não tenham mais tanto espaço em meus dias, mas tudo tem seu lado bom, e é melhor aproveitá-lo também.
Sobre a autora: Jeniffer Yara tem 19 anos e às vezes é mais normal do que penso não ser. Ama séries, filmes, livros e rock alternativo. É apaixonada por História, Moda, doces e dias de chuva. Escreve sobre suas paixões no blog Meu Outro Lado